segunda-feira, 2 de maio de 2011

Desistir da Copa????

Amigos, ontem a noite, lendo a coluna do Roberto Pompeu de Toledo da Revista Veja desta semana, fui pega de surpresa com a mais óbvia das conclusões: temos que desistir da Copa.

Posso ser apedrejada por afirmar isso com tanta convicção e confesso que isso também me traz um certo desconforto, uma sensação de traição à pátria amada. Afinal, o futebol é o nosso circo... Contudo, sem me importar muito com as consequências, até porque a idéia não é minha, mas do fantástico colunista, repito, agora com ênfase: temos que desistir da Copa!

Diariamente, descortina-se diante de nós o prenunciado fracasso das obras de infraestrutura, fundamentais para a realização do evento. Aeroportos, estádios, mobilidade, nada está dentro do cronograma. As obras já iniciadas estão sendo suspensas pelo TCU por irregularidades, o que faz com que, de certa forma, sejamos gratos por algumas ainda não terem saído do papel. Como alternativa, a Presidência da República, preocupada em livrar-se da herança maldita de seu antecessor e não desapontá-lo (muito embora eu acredite que, no fundo, ela o amaldiçoe por isso), quer encontrar um jeito de antecipar as obras, ainda que às custas de medidas provisórias inconstitucionais (afinal, essa prática não é prerrogativa de seu governo, mesmo...) e  ilegalidades. A máquina pública, aparato tão caro, está sendo colocada ao (des)serviço do interesse público por conta do sonho de um megalomaníaco aficcionado em futebol. Em metáfora simples, é como se um obeso fosse empurrado para uma esteira elétrica e obrigado a acelerar o passo, mesmo que lhe custe um infarto!

Todos sabemos que, a exemplo do Pan, as obras para a Copa e as Olimpíadas serão um ralo pelo qual escoarão dinheiro público, moralidade e legalidade, para não estender demais a lista. E com tanta coisa pra fazer nesse Brasil...

É preciso desistir enquanto é tempo. Nossa Presidenta, propalada exímia administradora, precisa reconhecer de uma vez que não foi uma boa idéia, não vai dar certo e não é o melhor para o nosso país. Seria uma decisão corajosa, técnica e não política, que lhe traria imensa credibilidade e marcaria seu desapego ao populismo "pão e circo".

Enquanto isso, fico imaginando que se o País do Futebol não vencer a Copa que ele mesmo sediou, com sacrifício de tantos valores e pilares, ironizando seu próprio povo e as necessidades reais da nação, amargará a pior das ressacas e continuará sendo apenas o "País da piada pronta"...

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